A
solidariedade é um dos principais atributos que os maçons praticam em suas
potências espalhadas pelo mundo. Eles se reconhecem e ajudam-se fraternalmente
em qualquer situação em que se encontrem; isso também é válido para as cunhadas
e sobrinhos, ou seja, as esposas e filhos dos maçons, sem distinção de
fronteiras, credos, raças, posição social ou política, cor ou qualquer outro
atributo que possa, de alguma forma ser considerado discriminatório.
Mas
os maçons não são solidários apenas entre si. A caridade, assim como a fé e a
esperança fazem parte da formação maçônica estendendo-se amplamente nas
instruções ministradas em nossa Ordem, pois apesar de não ser uma religião a
maçonaria não nega a seus membros a prática religiosa conforme a tradição
ritual de seus cultos.
Uma
das únicas imposições que a maçonaria faz aos seus adeptos, é que creiam em um
princípio criador, ao qual ela denomina O Grande Arquiteto do Universo, mente
suprema capaz de dotar o homem de inteligência suficiente para que ele consiga
discernir o bem do mal.
As
reuniões maçônicas são realizadas sob a orientação do livro sagrado da crença
dos seus membros, ao qual chamamos Livro da Lei. No nosso caso, que somos
maçons ocidentais onde a maioria tende para o cristianismo, esse livro
corresponde às escrituras sagradas que usamos em todas as vertentes cristãs, ou
seja, a Bíblia.
Independente
disso, maçons utilizam-se do Grande Mandamento que o mestre Jesus nos legou:
“Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo...”. E é
tentando seguir esse belo preceito que nos arriscamos a ser solidários com a humanidade
procurando pessoas que tenham necessidade de auxílio para prestar a
beneficência maçônica onde ela se fizer necessária. E tudo isso obedecendo à
orientação do Mestre de “não deixar que a
mão direita saiba o que faz a esquerda”. Todo trabalho de caridade que
nossa Ordem procede é realizado dentro do mais estrito sigilo para que a
vaidade não tome lugar no coração de cada membro.
Nós
maçons, levamos ao pé da letra um dos dísticos seculares de nossa Ordem:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade, mostrando que todos os homens são livres,
têm os mesmos direitos dentro da sociedade e devem se tratar como irmãos, independentemente
de sua origem, de seu país ou de seu credo. A maçonaria é universal e
universalista, e se reveste de uma atitude solidária, tolerante e compreensiva,
buscando uma nova era onde o amor seja a máxima que dirija o homem na sua
trajetória terrestre.
Ser
maçom, portanto, é procurar estar acima das vilanias e torpezas, buscando dar à
condição humana qualidades próprias de integração com o Todo Universal. Não
estou afirmando que o maçom é perfeito, mas apenas que ele conhece a Lei e
busca se aprimorar desbastando a sua pedra bruta afim de torna-la polida e apta
a integrar a construção do templo interior de cada um.
Não
poderia finalizar sem afirmar que é dentro de cada um que se encontram as
condições de evolução e melhoria individual que, se alcançadas por muitos
poderá, sim, mudar o pensamento da humanidade. O maçom, então, age como o
beija-flor da fábula que, ao ser questionado da inutilidade de transportar água
em seu bico para apagar o incêndio na floresta, diz: “Estou fazendo a minha
parte”. Faça também a sua.
Fernando
Gimeno – 16/07/2016
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