sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Maçonaria e ciência


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Disse Deus: Faça-se a luz; e a luz foi feita. E viu Deus que a luz era boa e fez a separação entre a luz e as trevas (gen.1-3,4).
Assim lemos o trecho simbólico de Gênese, dentro das Sagradas Escrituras. E desde este “Fiat Lux” estabeleceu-se uma grande separação entre as trevas da ignorância e a luz da sabedoria, representadas no mundo pelos dois polos que norteiam o ser humano na sua trajetória evolutiva.
A maçonaria, desde seus mais remotos tempos, através de seus conhecimentos e mistérios antigos, induz o homem a buscar, pesquisar e estudar, nas entrelinhas da natureza, na ciência oculta dos números, nos alfarrábios ancestrais dos velhos e sábios alquimistas, a investigar sempre a informação básica que a leve o mais próximo possível da verdade. E essa procura intensa vem se estendendo até os dias atuais.
Muitos adeptos que frequentaram seus templos, destacaram-se no campo investigatório ou criativo, como por exemplo, Isaac Newton, criador das três principais Leis da física, Leibnitz, que estabeleceu a teoria das mônadas e da harmonia pré-estável, Mozart, Beethoven, Wagner e Debussy, na música e mais, que contribuíram com as ciências, tais como, geometria, matemática, música, literatura, retórica, pintura e outras.
O estudo sistemático instala-se no aprendiz maçom pela comunicação contínua de instruções que visam fortalecer o conhecimento, e prosseguem através do companheiro e do mestre por toda a sua caminhada na senda do esoterismo, estendendo-se ainda pelos graus filosóficos em busca da plenitude maçônica, estabelecida pelas normas, regimentos e cláusulas pétreas da tradição ancestral.
Filósofos como Pitágoras, Heráclito, Demócrito, Thales de Mileto, Sócrates Platão, Aristóteles, ou os mais recentes como Descartes, Espinosa, Kant ou Schopenhauer, fazem parte da cultura transmitida dentro dos templos maçônicos.
Desta forma a maçonaria, além de moral e ética, é também investigativa e navega nos arcanos de sua tradição milenar. Suas lendas levam-na à construção do primeiro templo judeu, obra realizada por Salomão e que foi considerado nos documentos israelitas como a maior e mais bela obra da antiguidade. E então reveste-se da história antiga para explicar seus mistérios e sua síntese mística, elucidativa de épocas cujos registros se perderam no passado.
Durante a idade média, chamada a noite de mil anos, foi obrigada a manter-se oculta devido as frequentes perseguições conduzidas pelo clero intolerante, que condenava às fogueiras aqueles a quem chamava hereges. Por esse motivo tornou-se uma sociedade secreta e seus membros se reuniam em segredo, sendo proibida a divulgação de qualquer sinal que os identificasse ao mundo profano. Nesse período muitas histórias inverídicas foram atribuídas à Ordem, como o culto ao diabo e outras invencionices desse mesmo quilate.
Hoje seus templos têm orgulho de ostentar no frontispício o nome da Ordem e seus estatutos são registrados em cartório, possuem CNPJ e todos os requisitos para funcionamento civil; muitas lojas são reconhecidas como de utilidade pública municipal, estadual ou federal, congrega homens ilustres como professores, advogados, médicos, todas as profissões, enfim, além de homens públicos dos diversos escalões desde o mais humilde servidor até o presidente, não só no Brasil, mas em muitos países do globo.

Fernando Gimeno – 16/07/2016

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