Disse
Deus: Faça-se a luz; e a luz foi feita. E viu Deus que a luz era boa e fez a
separação entre a luz e as trevas (gen.1-3,4).
Assim
lemos o trecho simbólico de Gênese, dentro das Sagradas Escrituras. E desde
este “Fiat Lux” estabeleceu-se uma grande separação entre as trevas da ignorância
e a luz da sabedoria, representadas no mundo pelos dois polos que norteiam o
ser humano na sua trajetória evolutiva.
A
maçonaria, desde seus mais remotos tempos, através de seus conhecimentos e
mistérios antigos, induz o homem a buscar, pesquisar e estudar, nas entrelinhas
da natureza, na ciência oculta dos números, nos alfarrábios ancestrais dos
velhos e sábios alquimistas, a investigar sempre a informação básica que a leve
o mais próximo possível da verdade. E essa procura intensa vem se estendendo
até os dias atuais.
Muitos
adeptos que frequentaram seus templos, destacaram-se no campo investigatório ou
criativo, como por exemplo, Isaac Newton, criador das três principais Leis da
física, Leibnitz, que estabeleceu a teoria das mônadas e da harmonia
pré-estável, Mozart, Beethoven, Wagner e Debussy, na música e mais, que
contribuíram com as ciências, tais como, geometria, matemática, música, literatura,
retórica, pintura e outras.
O
estudo sistemático instala-se no aprendiz maçom pela comunicação contínua de
instruções que visam fortalecer o conhecimento, e prosseguem através do
companheiro e do mestre por toda a sua caminhada na senda do esoterismo,
estendendo-se ainda pelos graus filosóficos em busca da plenitude maçônica,
estabelecida pelas normas, regimentos e cláusulas pétreas da tradição
ancestral.
Filósofos
como Pitágoras, Heráclito, Demócrito, Thales de Mileto, Sócrates Platão,
Aristóteles, ou os mais recentes como Descartes, Espinosa, Kant ou
Schopenhauer, fazem parte da cultura transmitida dentro dos templos maçônicos.
Desta
forma a maçonaria, além de moral e ética, é também investigativa e navega nos
arcanos de sua tradição milenar. Suas lendas levam-na à construção do primeiro
templo judeu, obra realizada por Salomão e que foi considerado nos documentos
israelitas como a maior e mais bela obra da antiguidade. E então reveste-se da
história antiga para explicar seus mistérios e sua síntese mística, elucidativa
de épocas cujos registros se perderam no passado.
Durante
a idade média, chamada a noite de mil anos, foi obrigada a manter-se oculta
devido as frequentes perseguições conduzidas pelo clero intolerante, que
condenava às fogueiras aqueles a quem chamava hereges. Por esse motivo
tornou-se uma sociedade secreta e seus membros se reuniam em segredo, sendo
proibida a divulgação de qualquer sinal que os identificasse ao mundo profano.
Nesse período muitas histórias inverídicas foram atribuídas à Ordem, como o
culto ao diabo e outras invencionices desse mesmo quilate.
Hoje
seus templos têm orgulho de ostentar no frontispício o nome da Ordem e seus
estatutos são registrados em cartório, possuem CNPJ e todos os requisitos para
funcionamento civil; muitas lojas são reconhecidas como de utilidade pública
municipal, estadual ou federal, congrega homens ilustres como professores,
advogados, médicos, todas as profissões, enfim, além de homens públicos dos
diversos escalões desde o mais humilde servidor até o presidente, não só no
Brasil, mas em muitos países do globo.
Fernando
Gimeno – 16/07/2016